sexta-feira, 15 de maio de 2009

MAIS UM DIA



O estúdio de televisão lembra-nos as diversas tradições de arranjo, guarda e manipulação de documentos, figuras de pessoas, objetos, pinturas.
Há uma secular tradição de locais da memória, locais em que se depositam objetos, pinturas, textos... para que ali guardados se tornem inesquecíveis e possam reviver a cada instante em que o olhar de alguém vivo os iluminar, como quando ligamos a televisão.
Também as cidades com suas casas, ruas, edifícios, suas ruínas, coisas guardadas em cada cômodo, cada armário e as pessoas que transitam por elas são locais da memória nos quais a História está sempre à espreita para ser chamada à vida e ser refeita constantemente.
Mas podemos lembrar de outros locais, mais intencionais, menos amplos. Como os famosos estúdios da memória que surgiram no Renascimento.
Giulio Camillo inventou talvez o mais excitante desses dispositivos, o Teatro da Memória: uma estrutura de madeira apresentada em Veneza, depois em Paris.
Num pequeno livro, ditado a um amigo antes de morrer, A idéia do Teatro (1550), explica sua construção e seu funcionamento: um edifício que permitiria a entrada de um ou dois indivíduos de cada vez. Em seu interior haveria uma variedade de imagens, figuras, textos, ornamentos organizados em várias ordens e graus.

Resenha do Livro de Laura Maria Coutinho(Brasília : Pleno,2003 139p.)
Educ. Soc. vol.25 no.86 Campinas Apr. 2004
doi: 10.1590/S0101-73302004000100016
IMAGENS & PALAVRAS

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